Xintoísmo EMITST2016 B
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Palavra que originou-se da expressão japonesa Kami-no-Michi, que na tradução literal significa “caminho dos deuses”. Considera-se uma crença não exclusivista e está muito inserida na cultura japonesa, tanto quanto o budismo.
A crença xintoísta é formada por uma lenda que explica a formação do Japão. Podendo ser considerada a única religião genuinamente japonesa, prega muito o culto e o respeito pela natureza,mesmo com o território do Japão ser muito “agressivo”, com vulcanismo, tsunami, terremoto, tornado, eles acreditam que a principal crença é o equilíbrio entre o ser humano e a natureza, sendo assim, pode ser considerada uma religião panteísta, ou seja, crê que todos os elementos da natureza são Deus. De acordo com o Xintoísmo, os deuses ( chamados de “kami” ) vivem em um lugar chamados Takama-no-hara, que significa "Alta Planície do Céu".
Muitos estudiosos não o consideram como religião, pela ausência de livros sagrados, códgos morais e por não possuir um fundador específico, mas observando a forma que o xintoísmo muda a vida de seus participantes, não só em relação aos rituais sagrados, mas observando a vida dos praticantes. Não tem uma crença exclusivista, convvive pacivamente e se alimenta de outras religiões.
Em média, possui 119 milhões de praticantes no Japão, sabendo que a população do Japão era constituída por 127.3 milhões de pessoas em 2013; e, mesmo sendo uma religião etnica, o Xintoísmo tem adeptos nos Estados Unidos, Brasil, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Países Baixos (Europa Ocidental).

Rituais
Para participar de um ritual xintoísta é necessário o estabelecimento de um equilíbrio entre o corpo e a alma, sendo a primeira etapa de quatro nas cerimônias xintoístas:

  • A purificação - limpeza da boca e das mãos com água
  • As oferendas - oferta de pequenos objetos (amuletos, pequenas pinturas, etc.)
  • As preces
  • A festa sagrada

São regidos por forças de pureza hare e a impureza ke, juntos, formam a fusão de ambos kegare. Um dos princípios das sessões xintoístas é a comunicação com os ancestrais.

História
O Xintoísmo só foi reconhecido como religião a partir do século XI porém, as primeiras práticas foram no século VII e VIII. Suas tradições foram criadas antes mesmo do budismo.
De 1868 á 1946 foi a religião oficial japonesa mas, depois da derrota na Segunda Guerra o Imperador Hiroito declarou liberdade religiosa no país.

A cração do Japão
Izani e Izanami foram o último casal das sete gerações do cosmo, e, de acordo com o Xintoísmo, formavam um papel de criação: macho e fêmea. No processo de formação do Japão o casal “divino”, deu origem a vários outros Kamis, muito importantes para a crença xintoísta.
Acreditam também, que os imperadores japoneses descendem dos Kamis, e portanto, são deuses.

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As Divindades
Devido a crença de harmonia entre seres humanos e a natureza, o Xintoísmo é uma religião animista, ou seja, acreditam que o cosmos (sol/ lua/ estrela, etc), os seres vivos (animais, árvores, plantas, etc), fenômenos naturais (chuva/ vento/ noite e dia,etc) tem sentimentos e todos os elementos são deuses. Cada Kami (deus) é responsável por um elemento da natureza e do cosmo.
Os kami podem ser de variadas formas (seres humanos, animais, tempestades, pedras, rios, estrelas, etc.).
O xintoísmo baseia-se no culto aos kami. Esta palavra é frequentemente traduzida por “deus” ou “divindades”, o que não traduz completamente o conceito, dado que os kami pode ser também forças vitais ou espíritos da natureza.
Tendo como a principal divindade Amaterasu - deusa do Sol, escolhida como principal divindade pois ensinou os japoneses a cultivarem o arroz (grãos), base da alimentação do país.
De acordo com o Xintoísmo, os espíritos ( chamados de “kami” ) vivem em um lugar chamados Takama-no-hara, que significa "Alta Planície do Céu".

Estrutura do templo

  1. Torii – Portão xintoísta
  2. Escadas de pedra
  3. Sandō – o caminho para o templo
  4. Chōzuya ou temizuya – fonte da purificação para limpar as mãos e a boca das pessoas
  5. Tōrō – lanternas de pedra decorativas
  6. Kagura-den – construção dedicada a Noh ou à dança sagrada kagura
  7. Shamusho – o escritório administrativo do templo
  8. Ema – placas de madeira com orações ou desejos
  9. Sessha/massha – templos pequenos auxiliares
  10. Komainu –os famosos "cachorros leões", guardiões do templo
  11. Haiden – oratório ou salão de orações
  12. Tamagaki – cerca ao redor do honden
  13. Honden – salão principal, que consagra o kami

Cerimônia e Santuários
É uma das Grandes Religiões do Mundo pois, apesar dos mais variados aspectos da vida de seus seguidores, eles adaptam a filosofia xintoísta em seus cotidianos mesmo já tendo outro tipo de crença.
Em Tóquio, no palácio imperial, se localiza o Kashikodoro que é um santuário, onde acontecem as cerimônias aos antepassados.
Suas cerimônias podem ser em suas casas, templos, nas preces sagradas e/ou nas festas sagradas, ou seja, não tem um local específico, pode ser praticada em qualquer lugar, desde que o praticante esteja acreditando em seus símbolos e em suas cerimônias.
No Xintoísmo são praticados vários tipos de rituais, por exemplo:

  • Anzan kigan - cerimônia que pede a Kami Amaterasu uma gravidez tranquila;
  • Hatsumiya kigan - cerimônia de batismo;
  • Itinen kigan, Sansai kigan, Gosai kigan, Nanasai kigan e Seijin kigan - cerimônias de 1, 3, 5 e 7 anos da criança e a maioridade(menino ou menina), respectivamente, agradecendo e renovando a proteção lhes dada pela Deusa Amaterasu;
  • Kekkon kigan - cerimônia de casamento;
  • kekon kinem kigan- cerimônia de bodas ( 10, 30, 50 60 anos);
  • Cerimônias de purificação realizadas ao longo da vida (homem:25 anos, 42 anos, 61 anos; Mulher:19 anos, 33 anos, 37 anos);
  • Cerimônias Fúnebres;
  • Cerimônias em memória dos antepassados.

No Japão, as cerimônias Fúnebres, de vida após a morte, normalmente são feitas por Budistas. E cerimônias de nascimento, de batismo, normalmente são feitas pelos próprios xintoístas, independente da religião que a pessoa pertence. Ambos com exeções.

Ramificações

O Xintoísmo se divide em 6 tipos:

  • Xintoísmo dos santuários Jinja Shinto: conjunto de crenças que se reprimem através das festas e venerações nos santuários. Praticamente, todos os santuários pertencem a Sinja honchó (Associação dos Santuários), fundado em Tóquio no ano de 1946;
  • Xintoísmo domésticos: exprime-se nos lares japoneses. Nas casas de praticantes xintoístas existe um local, geralmente um pequeno altar consagrado aos deuses e aos espíritos, que tem o nome de Kamidana. Em cima deste altar encontra-se muitas vezes, um amuleto oriundo do santuário local, do Grande Santuário de Ise e em alguns casos. Nestes altares colocam-se oferendas, como por exemplo sal, arrroz e saquês, e receitam-se orações;
  • Xintoísmo imperial Koushitsu Shinto: resultado da prática dos ritos e cerimônias do xintoísmo na casa da família imperial;
  • Xintoísmo das seitas Kyoha Shinto: é composto essencialmente por 13 seitas reconhecidas pelo Estado do Meji entre 1876 e 1908. Estas seitas possuem em geral um fundador, podendo ser homem ou mulher. Até o fim da 2ª Guerra Mundial , os grupos xintoístas não pertenciam a uma das 13 seitas e assim, não eram reconhecidos pelo Estado, o que gerou a integração de muitos desses grupos numa das seitas existentes. Depois da 2ª Guerra Mundial, foi declarada liberdade religiosa, alguns grupos estabeleceram-se como organizações independentes das seitas;
  • Xintoísmo folclórico Minkan Shinto: caracteriza-se pela ausência de uma sistematização doutrinária e de uma organização. É o tipo de xintoísmo praticado por pequenos vilarejos;
  • Xintoísmo popular: caracteriza-se pela ausência de uma sistematização doutrinária e de uma organização. É o tipo de xintoísmo praticado essencialmente pelo indivído.

Sacerdotes
Todos os santuários tem um x número de sacerdotes, porém poucos, estes dirigem os ofícios de vários modos e sua função é servir de elo entre os kamis e seus fiéis. Nào são considerados chefes ou guias espirituais e sim como oficiantes de atos de culto, a pedido dos fieis, sendo assim, podem casar e/ou ter uma família, podendo ser homens ou mulheres. Nos rituais, normalmente, utilizam roupas "especiais", representando a grandeza humana e natural, por isso são enfeitadas com raizes e flores, mas não são usadas fora dos rituais. No Japão, são chamados de kannushi, que significa "pessoa que pertence ao kami; e atualmente só exite uma sacerdote, a Princesa Noriko, que vive em uma cidade japonesa chamada Ise.

Sobre a Imagem

Um dos principais símbolos do Xintoísmo é o Torii, uma especia de portal composto por duas barras verticais com uma barra horizontal no topo (Kasagi), mais larga que a distância entre as duas barras. O torii normalmente assinala a proximidade de um santuário xintoísta, ou até, a entrada do mesmo. Sob o Kasagi, está o nuki, outra trave horizontal que liga as duas barras verticais. Os santuários podem ter um ou mais torii, cada vez que se aproxima mais do local sagrado, geralmente, quandos são vários, há um maior que os outros, que está mais perto do templo, esse torii é chamado de ichi no torii (o primeiro torii). Considerado um dos mais importantes símbolos da tradição japonesa, simboliza a separação entre o mundo dos homens e dos kamis.

Referências

http://www.significados.com.br/xintoismo/
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-e-a-religiao-xintoista
http://temploxintoista.org.br/2013/cerimonias-e-rituais/
http://www.aikikai.org.br/site.php?pagina=Xintoismo.html
http://www.xr.pro.br/monografias/xinto.html

Autoria do Verbete

Beatriz Ramos Monteiro
Nicolle Belotto
Ricardo Omizzolo

Turma EMITST2016 B

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